terça-feira, 19 de janeiro de 2010

«Jesus no Benfica? Foi feita justiça a um grande treinador» - Manuel Cajuda



Manuel Cajuda aceitou o desafio de dar uma entrevista diferente. Desta vez, o treinador do Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos, responde às perguntas dos leitores de A BOLA.pt. Chegaram centenas à redacção. Nem todas puderam ser escolhidas. A todas Cajuda respondeu com um sorriso. Voltando a dizer que é benfiquista, o técnico confessou estar a vibrar com as águias esta temporada.

- O que sente quando vê o Jorge Jesus com o sucesso que está a ter no Benfica. Sente pena de não estar lá ou sente-se contente como os milhões de Benfiquistas?
Mário Pinto, Benfica


- Sinto que foi feita justiça a um grande treinador do futebol português e sinto que o Benfica tem, esta época, grandes condições para ser campeão. O sucesso de Jorge Jesus é o sucesso de um treinador que trabalhou para isso, durante muitos anos e que agora está a ser recompensado por isso. Não posso dizer que tenho pena de não ser o treinador do Benfica, porque o Benfica está a ganhar, está a entusiasmar e a confirmar-se como grande candidato ao título. Noutros anos é que podia sentir pena de não ser treinador do Benfica, quando vi colegas meus no clube, pouco identificados com a realidade nacional cometer erros que eu não cometeria. Nessa altura, sim, tive pena de não ser treinador do Benfica. Porque eu sentia que podia fazer melhor. Agora, o Benfica está bem e tem um grande treinador. E sinto-me contente com o sucesso do Benfica, claro. E também lhe digo que, há uns anos atrás, deitei pela janela fora, a possibilidade de treinar o Benfica. Porque não gostei da maneira como a abordagem me foi feita. Estava no hotel, em estágio com a minha equipa e uns emissários do Benfica pediram para subir ao meu quarto, às três da manhã, colocando-me a hipótese de vir a ser o treinador do Benfica. Não aceitei. E continuei a ser o mesmo treinador. Assim como deitei fora a possibilidade de ser treinador de um outro grande clube português, porque me recusei a sair de minha casa de Braga para ir a um jantar com o presidente desse clube, jantar para o qual não tinha sido previamente convidado. Entendi que se quisessem falar comigo, devia ser ele a vir ao meu encontro e não o contrário. Portanto, que fique claro, de uma vez por todas. Nunca me deixarei cegar pela ambição de treinar um dos maiores clubes do futebol português. Nenhum clube, nenhum presidente, mudarão a minha personalidade.

Fonte: a Bola

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