TÉCNICO MOSTRA-SE "GRATO" AO CLUBE DE ALVALADE
Paulo Bento abandonou esta sexta-feira o comando técnico dos leões. Depois do empate (1-1) de quinta-feira frente ao modesto Ventspils, o técnico não conseguiu suportar mais a contestação dos adeptos leoninos, assumindo que a decisão de abandono foi tomada "após o jogo com o Marítimo".
Em entrevista concedida ao Jornal Nacional da "TVI", Bento reiterou estar de "consciência tranquila", e abordou os vários assuntos que assolaram a agenda mediática do clube de Alvalade e que contribuiram, decisivamente, para o avolumar da crise: adversários, adeptos, falta de recursos económicos e lesões.
Paulo Bento reconheceu ter sido vítima de "quatro meses a mais e da pouca qualidade do plantel", deixando no ar a ideia de que o bom início de época encarnada deixou mazelas irreversíveis na formação leonina: "Houve uma depressão muito grande devido à pré-temporada do Benfica".
Bento teve uma palavra de apreço para com toda a estrutura diretiva do Sporting, reforçando que "em todos os momentos nunca me faltou nenhuma forma de apoio e de solidariedade". "Devo estar grato ao Sporting. É o fechar de um ciclo positivo, onde consegui que o Sporting regressasse às vitórias, com a conquista de duas Taças e de duas Supertaças de Portugal. Foi uma etapa muito gratificante", defendeu.
Paulo Bento admitiu ainda estar ciente de que fazia "parte do problema, e não totalmente parte da solução", o que, segundo o mesmo, não constitui aquilo que "um treinador deve ser". O treinador não guarda qualquer rancor do clube, que "nunca me prometeu nada que não tenha cumprido".
"Sabia exactamente o que ia encontrar. Conseguimos lutar pelos mesmos objectivos dos outros, com menos recursos. A ideia que transmiti no início da temporada foi a de que seria um ano extremamente complicado", frisou.
O técnico reconheceu as fragilidades do plantel e assume que a dispensa de Derlei "foi um erro"."O Polga e o Izmailov fizeram-nos muita falta. Não conseguimos contar com a continuidade de Derlei no plantel, o que poderá ter sido um erro. Mas, saliento, fomos fieis àqueles que são os princípios de gestão do Sporting", acrescentou.
Por fim, o treinador centrou atenções nos adeptos declarando, assumidamente, não se rever "naqueles que só estão connosco quando lhes convém", aproveitando ainda para deixar uma palavra ao seu sucessor: "Desejo que consiga ganhar mais do que eu, e que permaneça no cargo, se possível, mais tempo. A pressão é tremenda, exacerbada, sem ter as mesmas opções que os seus adversários".
Fonte: Record
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