domingo, 5 de julho de 2009

Canto Curto

Espectáculo a pouco custo

Ontem dei por mim sentado na minha sala, com a cabeça num constante “vaivém”. Estive a assistir à final do Torneio de Wimbledon em ténis. Final essa que foi vencida por Roger Federer, levando a melhor sobre o Americano Roddick, ao cabo de mais de quatro horas de puro espectáculo. Muitos de vocês já se devem estar a interrogar, sobre o que isto tem a ver com futebol. A questão é mesmo essa. Nada! Rigorosamente nada, a não ser por se tratar de desporto.
È nessa perfeita antítese, que parei para reflectir. A meio do último e decisivo set, que durou cerca de 80 minutos, questionei-me, quanto teriam pago, todas aquelas pessoas que enchiam o court, para assistir ao encontro. Na maior das inocências pensei, talvez 20/30 Euros, para os lugares mais acessíveis. Foi neste ponto de raciocínio, que inatamente, encontrei algo em comum com o futebol.
A verdade é que, já longe vão os tempos, onde um sócio pagava 500 escudos, para assistir a um jogo de futebol. Hoje em dia, esses “inocentes” 20/30 euros, é o que nos cabe desembolsar, caso queiramos ir ao estádio. Foi então que cheguei à conclusão que, o ténis estava tão equiparado ao futebol como distante. È que os “felizardos”, que ontem tiveram o prazer de desembolsar uns “poucos euros”, para assistir a uma partida empolgante, emotiva, e fantástica, que no último set chegou a estar empatada a 14, digo 14 partidas, levam vantagem, sobre os “coitados” que todas as semanas desembolsam “muitos euros”. E digo isto, porque todas as semanas, essas pessoas vão ver cerca de 10 minutos de futebol. À medida que o futebol encareceu, também o espectáculo empobreceu!
Acho que nos dias que correm, chegou a altura para os senhores do futebol, repensarem a sua forma de estar no desporto. Frequentemente ouço um amigo meu, citar o nome Florentino, e dizer que, “Isto sim é um gestor, gasta, mas sabe que tem retorno”, então e o retorno dos menos abonados, onde está???
Estas constantes extravagâncias, levam a uma total viciação e inflação do mercado, e consequentemente, nós adeptos, é que sofremos as consequências. Nós e os Estrelas da Amadora da “vida”. Para pagar essas extravagâncias, de forma a obter o “tal” retorno, assistiu-se à constante subida de preços, para assistir a espectáculos muito mais “pobres” que no passado, onde já é raro existir jogos épicos. Já ontem, o treinador do Tottenham, Harry Redknapp, veio corroborar esta ideia, manifestando-se contra a estratégia do Man. City, dizendo que, “ estão a dificultar as contratações dos outros clubes”, referindo-se às propostas milionárias que o clube de Manchester tem vindo a efectuar.
È desta forma que, ontem se coroou, um dos maiores desportistas a nível Mundial, como o maior tenista de sempre (Federer). Enquanto no futebol, todos os anos, não há conversa que escape aos maiores “barretes” e “flops” da temporada. O curioso é que, para ver-mos esses “flops”actuar, pagamos sensivelmente o mesmo, que para ver uma das maiores finais de sempre de um Grand Slam. Eu diria, que ontem quem esteve em Wimbledon, nem terá dado pela falta do dinheiro desembolsado, na sua carteira!

João Vasco Nunes

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu digo k hj....para ser bastante curto nas minhas palavras...nós alimenta-mos o futebol...o futebol alimenta alguns jogadores..e os jogadores alimentam-se dos clubes....ixto é smp uma cadeia...um ciclo vicioso que nunca vai akabar...

Xkorpio

Anónimo disse...

Muito bem Sr João Vasco. O homem tá com umas ideias e visões bastante à frente. Apoio a totalidade da tua ideia, pois, principalmente, no futebol deparamo-nos mais vezes com os negócios e dinheiros envolvidos, os quais geram as maiores polémicas, do que com a verdade do desporto e a beleza em si.
Continua aí com o livre directo que à primeira vista parece-me bem.

Um abraço Filipe Ramos