terça-feira, 7 de julho de 2009

Tribuna VIP



O nosso convidado desta semana é o que se pode chamar um verdadeiro desportista. Simão Santana, é estudante de Comunicação Social, já praticou andebol no São Bernardo, onde se sagrou campeão Nacional de Juniores. Mais recentemente dedicou-se ao atletismo, pertencendo aos quadros do F.C. Porto, onde é especialista em velocidade. No passado fim de semana sagrou-se vice-campeão Nacional sub-23, de estafetas 4 x 100 metros, especialidade que lhe permitiu também, ser internacional Português nesse escalão. Quem sabe, um dia não encontraremos um artigo dele, como este, num dos jornais desportivos de referência?





Nas Luzes da Ribalta

Há algum tempo que o futebol não vivia um “Verão Quente” em termos de transferências, mas o que diferencia este “Verão” de outros de algumas décadas atrás é o facto de o Real Madrid ser cada vez mais uma potência hegemónica monetária no mundo do futebol. A última década tem sido marcada por constantes investidas madrilenas na contratação dos maiores craques à escala planetária. Zinédine Zidane, Luís Figo, David Beckham, Ronaldo e Ruud Van Nistelrooy, são alguns dos muitos craques que o Real vai juntando nesta última década sem contar as transferências milionárias de Kaká e a maior de sempre, Cristiano Ronaldo.
93 milhões de euros por um jogador, talvez não vale a pena, ou talvez sim, se por um lado temos a ganância e o poder desmedido que o mundo do futebol está a ganhar e que está a fazer dele um autêntico negócio deixando de ser um jogo de paixão pura e amor eterno a um clube, a uma camisola ou a uma simples bola no pé, por outro lado acaba por ser essa vontade imensa de querer mostrar os melhores profissionais “da bola” a uma afición que trás esse destempero imenso e essa transcendência total dos valores a que chamamos aceitáveis. Neste raciocínio é inevitável que coloque os valores monetários acima dos valores desportivos, porque a única razão pela qual Cristiano Ronaldo se transferiu para o Real Madrid por tal quantia deve-se ao mercado financeiro, porque senão já Di Stéfano teria valido esses milhões ou até mesmo Eusébio ou Maradona, jogadores com um nível muito igual e ao mesmo tempo inigualáveis em que não existe valor preciso para o que são ou fazem.
O futebol está a ser engolido pela economia e pela ganância que o dinheiro traz a muitos dirigentes desportivos, assistimos portanto a uma transformação autêntica dos valores futebolísticos que deixará no mundo uma luta desigual entre 5 ou 6 clubes com um grande poder financeiro e o resto do mundo incapaz de suster tal evolução que acabará por destruir a magia do futebol.



Simão Santana

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