segunda-feira, 13 de julho de 2009

Canto Curto

Estado de sítio

Por estes dias, o futebol Português, volta a viver momentos menos brilhantes, eu diria até, momentos muito tristes. Após a má campanha que a selecção Nacional tem efectuado, no apuramento para o Mundial de futebol da África do Sul, e que muita tinta já fez correr, este fim-de-semana foi propício a notícias a derivar para o lado do estupefacto.
Todos nós sabemos que o momento é delicado, ora são estreias de novos jogadores, na equipa de Queiroz, que maior parte dos Portugueses, não se identificam com eles, porque nem os conhecem, para se poder identificar com eles. Ora são as abundantes transferências, para os “moderníssimos e competentíssimos”, campeonatos Romenos e Cipriotas, onde os nossos compatriotas “Portuguesinhos”, preferem ir ganhar uma belas “massas”, em campeonatos sem visibilidade, em vez de continuarem por cá, onde alguns até seriam peças chave de muitas equipas da Liga sagres. Enfim o pão-nosso de cada dia, e muitos já devem estar fartos de ouvir falar nisto.
Mas, este fim-de-semana houve desenvolvimentos nesta nobre “novela” Portuguesa. As nossas camadas jovens prosseguiram a tão célebre epopeia a que nos habituamos. Uma brilhante derrota com a selecção de Cabo Verde, a fazer lembrar a grande prestação nas Olimpíadas em 2004, onde fomos esmagados pelo Iraque. Queiroz queria mudar algo nas camadas bases, e oxalá, algo seja mudado, é que este primeiro resultado, após as primeiras “revoluções” do professor nos quadros da Federação, não foi nada digno de uma Selecção Nacional, seja ela sub-20 ou sub-12.
Para culminar, há dois dias atrás, li uma notícia que pensei nunca ser possível de acontecer. O grande Maniche, que há uns meses atrás “pregava”, que para Portugal era impossível se transferir, devido ao seu elevado salário, e que havia inúmeras equipas de topo, interessadas no concurso dele. Pois bem, o título da notícia era, “Maniche assina pelo…”, o que me deixou a pensar logo em várias potências Mundiais. Mas no fim de ler toda a noticia, percebi que era pelo Ankagaruçu, sim esse “colosso”, que disputa os lugares do meio da tabela na Turquia, e já que falamos de nomes difíceis, onde também disputa o campeonato o nosso conhecido Gencerbriliçi, ou algo do género… Tudo isto, independentemente de o clube estar a ser gerido por um milionário ou não, acho que Maniche ponderou muito pouco sobre o seu futuro profissional, embora tenha ponderado muito sobre a sua carteira.
É nesta situação que o nosso futebol se encontra, a transferência de Maniche para a Turquia é o reflexo de tudo o resto, já não se tem a mínima paixão pelo desporto, mas sim pelo dinheiro. À semelhança de todos aqueles que rumam ao Chipre, e quem sabe um dia não alargaram fronteiras para o Usbeiquistão, para rumar ao tão badalado Budnyokor (não sei se é assim que se escreve, mas para que interessa o nome do clube, o que interessa é quanto o clube paga, independentemente se o teu nome vai ficar esquecido para sempre nos relvados nacionais).
O que se passa nas Selecções, também é reflexo desta nova mentalidade, do jogador Português, onde várias vezes, os jovens que por lá passam, não passam de “meninos mimados”, que já andam com seus empresários à procura de um novo “El Dourado”.
É caso para perguntar, tendo em conta que Maniche, manifestou anteriormente desejo de ir ao Mundial, se ele acha que vai ter visibilidade no seu novo clube, que lhe permita ser chamado à equipa de Queiroz? Ou será que já nem Maniche acredita nessa hipótese? Não de ser convocado, mas de nos qualificar-mos para o Mundial…

João Vasco Nunes

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