quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Futebol de Gabinete

O Samba das Quinas

Badalavam as 19:30 de quarta-feira no sino da basílica da Estrela, conferindo-me o aviso de que o confronto Liechtenstein – Portugal estaria prestes a iniciar. Instalei-me no conforto do meu quarto e assisti a todo o jogo que acabou com a vitória da selecção e naquilo que foi um bom teste para os nossos pupilos, embora com 2 naturalizados em campo (Deco e Pepe).
A certa altura lembrei-me do tema mais falado desta semana, acerca das declarações que considero lamentáveis da parte de Gilberto Madaíl ao referir que o brasileiro Liédson estaria prestes a integrar a selecção nacional portuguesa e que apenas alguma papelada o separava da equipa das quinas. È verdade que os nossos pontas de lança não estão ao nível nem possuem a qualidade que seria necessária e desejável para que consigamos o apuramento para o próximo mundial mas, perante tal audição, confesso que me arrepiei e que não fiquei muito agradado com essa possibilidade. Pensei nos possíveis motivos para tal desejo por parte do staff técnico da selecção e da própria Federação Portuguesa de Futebol e se não nos renderia mais, a longo prazo, ir apostando num jovem avançado português como o Djaló, o Yazalde ou o Vaz Té. Concluí que não! E porquê? Duas coisas: uma, a cabeça de Queiroz irá “rolar” caso não consiga o apuramento, pois como diria o mestre: “no quality, no chance” e por isso têm de optar por soluções de curto prazo (que já começa a ser um tique crónico na nossa sociedade). Outra, o dinheiro! O dinheiro de integrar a competição mais prestigiada ao nível das selecções, o dinheiro dos patrocínios inerentes, das transmissões televisivas, do merchandising e, até mesmo, a pressão de determinados clubes para verem os seus jogadores valorizarem numa das mais prestigiadas competições do mundo. Tudo isto compensa a lógica dos resultados e da “paz de espírito” a curto prazo, sem se querer saber se descompensa e compromete o futuro da equipa nacional. A tal história da tal vaca que precisa de pastar para que possamos, então, ordenhar-lhe o leite já parece ter a sua história contada.
Parece-me adequado concluir que as verdadeiras raízes do futebol patriota e de selecção nacional começam a chegar ao fim com a integração e nacionalização de estrangeiros que são cada vez em maior número no nosso campeonato. Face às lacunas em determinadas posições, os seleccionadores preferem, em proveito próprio, optar pelo caminho mais fácil: naturalizações. Um dia não se queixem, os portugueses, se estiverem a entoar o hino e 11 rapazes no relvado estiverem a olhar para a relva ou a cantar o buereré.

P.S.: Nota ainda para o facto de ter constatado que a primeira vez que a selecção, este ano, joga com e para o colectivo foi, curiosamente, sem o Ronaldo em campo.

Jorge Manuel Honório

2 comentários:

André Morão disse...

Esta "equipa" é corrompida ao sabor de interesses alheios, escudados em manobras e mecanismos legais. Interesses que não servem a selecção, interesses que não servem o País. É "uma palhaçada", "uma brincadeira", como diria o Mestre Medina Carreira.

Jorge Manuel Honório disse...

AHAHAH la esta o mestre medina carreira sempre em grande! tas la morao és o maior um grande abraço