sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Futebol de Gabinete

Futebol e Política: da glória ao nojo do povo

O meu artigo desta semana está relacionado com uma espécie de “sponsoring” de um artigo que achei bastante interessante no Jornal de Negócios da semana passada, do autor Fernando Sobral e que falava e relacionava a política com o futebol.
Foi visível que, com o início do campeonato, o “aperto do cinto”, a contracção da economia e a insatisfação do povo já não eram as mesmas de há uns dias. Isto revela que o futebol continua a ser um “refúgio” para muitos e um mundo de paixões e clubismos que faz esquecer a falta de “pão” e as necessidades de poupança nos lares portugueses. O mesmo não se passa com a política! Questionava o autor, por exemplo, se alguém imaginaria um comício partidário com 55 mil eleitores em delírio à semelhança do que se passou no estádio da Luz? Alguém acreditaria na redenção da economia ou da honestidade política como um adepto num clube de futebol? Conclusão: o futebol une e empolga os portugueses, enquanto a política os desune e desmoraliza. Para um assessor de Tony Blair (um dia à conversa com Alex Ferguson), a grande justificação para a diferença entre a política e o futebol era que na política não conseguias “correr com eles para fora”. Enquanto um futebolista sai de um clube para outro, um ministro, mesmo que seja demitido, continua a rondar o partido.
Em Portugal há ainda uma analogia engraçada para se fazer: enquanto um clube tem todos os anos jogadores novos (e estrelas), um partido político tem sempre a mesma gente. Ou alguém acredita que do PS ou do PSD saia um grande político que salve o défice do estado ou o desemprego? (Fontes Pereira de Melo já lá vai e não volta!) Qualquer adepto de futebol é esperançado e acredita que, quando as coisas estão a correr mal, salte do banco de suplentes um salvador que marque o golo da vitória. E na política? “Saltará” alguém para nos salvar da pobreza que enfrentaremos nos próximos 10 anos?! Alguns políticos, em Portugal, gostam de se colar ao futebol mas poucos aprendem ou tomam dele exemplo. Como se viu, a nova época desportiva começou e o entusiasmo floresceu, apesar do diagnóstico verdadeiro da situação económica em Portugal continuar sem estar feito.

Jorge Manuel Honório

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