sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Futebol de Gabinete

O caso Benfica

Ouvimos, nos últimos tempos, que o Benfica anda a pagar pela gestão que tem vindo a praticar e que, muito provavelmente (e não o desminto totalmente), irá entrar em ruptura financeira a curto prazo caso não consiga rentabilizar os investimentos realizados. Apesar do esforço financeiro e da tentativa de consolidação orçamental das contas do clube nos últimos anos, sob o mandato e com o rosto inquestionável de Luís Filipe Vieira, os resultados desportivos foram quase nulos ao longo dos últimos 8 anos (como referi há uns tempos no meu blog pessoal, em 25 títulos possíveis o Benfica ganhou 3 apenas). Contudo, trata-se de um presidente que se propôs a eleições ainda o mês passado e que foi reeleito e, portanto, usufrui de toda a legitimidade para aplicar o programa que foi sufragado “em massa” pelos sócios. (92%).
Apesar de tudo e da conhecida prioridade máxima dada ao projecto desportivo neste novo mandato, não era expectável tamanha loucura em despesas com contratações de jogadores, numa altura em que até clubes como o AC Milan estão em grandes dificuldades. O problema é que por mais “Project finance” ou engenharias financeiras que se possam fazer para viabilizar e aligeirar a contratação de novos activos, as coisas podem sempre correr mal! Antecipar receitas de patrocínios para aquisições de jogadores é uma estratégia possível e, entenda-se, desejável para os benfiquistas que já se “esfomeiam” por títulos desportivos. Mas e se corre mal?!
Referia um dia Nicolau Santos (Semanário Expresso) e com muita razão que das duas uma: ou os responsáveis benfiquistas estão mesmo convencidos de que tudo irá correr pela perfeição e que a tendência negativa acabará mesmo, ou “há quem pense que nunca qualquer governo português deixará cair na insolvência o Benfica e que, portanto, se pode prosseguir uma estratégia financeira de completa irresponsabilidade, que haverá sempre uma rede de protecção para a amparar”. Assim, e cito, há quem já tema pelos seus impostos e o caminho é tão perigoso que se o Benfica não conseguir sequer ir à “Champions” no próximo ano, não se dê o caso de, um dia destes, os impostos de portistas e sportinguistas servirem para manter o Benfica de pé! Será, então, que um dia teremos, à semelhança do BPN e do BPP, um caso Benfica?

Jorge Manuel Honório

Sem comentários: