segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Canto Curto

Antecipar o futuro

Nas horas que se sucederam ao frustrante empate da Selecção Portuguesa com a Dinamarca, foi exactamente isto que se sucedeu. Um mero exercício de antecipação do futuro.
De um lado os que já pouco acreditavam no apuramento para o Mundial da África do Sul, do outro os que têm sempre uma réstia de esperança. O que é certo, é que o empate veio ainda agudizar mais a situação. Ora, agora existem uns que ainda têm mais a certeza que não há máquina calculadora capaz de tamanha equação, e outros capazes de ir a Fátima a pé, caso se dê o milagre. Eu, no meu estilo sempre positivista no que se refere à equipa das quinas, talvez na maior da inconsciência, ainda acredito! Mesmo que a matemática não o deixasse, eu acreditaria ainda! Olhe-se para o exemplo da Dinamarca em 92, que foi repescada. Há que acreditar! Visto as palavras do central Kjaer, nunca sabemos se os “Vikings desatam todos à porrada”, e se não seremos nós os repescados para o Mundial do ano que vem. Isto claro, se conseguir-mos ficar à frente da Hungria…
Ora, acordando um pouco para a realidade, eu continuo com uma mentalidade positiva, e acredito, pois claro! Desde o Euro 2000 que aprendi o que era acreditar, o que era vibrar, e o que era “abrir a boca de espanto”. O senhor Humberto ensinou-me que nada estava perdido. Aquando do sorteio, pensei para mim mesmo, “vamos lá tentar pontuar!”. Depois dos primeiros 20 minutos de estreia no Europeu pensei, “vamos levar uma tão grande, que nunca mais nos endireita-mos!”. Mas para minha grande alegria e do povo Português, estava redondamente enganado. Foi precisamente nesse jogo que começou uma das maiores epopeias do futebol Português. Aí aprendi o que era a selecção! E aí aprendi a acreditar! Uma coisa que desaprendi desde então!
Foi então que, sempre num estilo positivo, tentei encontrar a solução para os problemas do senhor Queirós.
Rapidamente me veio à memória Mantorras. Ora se o problema é a finalização e a falta de sorte, quem melhor haverá para quebrar a malapata. Mas só depois reparei, que o avançado do Benfica já era Internacional por Angola, logo tive que desistir dessa hipótese. Tendo em conta a falta de eficácia dos “Tugas”, vejo-me obrigado a parafrasear um amigo meu, “se no meu emprego mandasse tanta vez ao lado, no dia a seguir era logo despedido”. Atenção, isto foi dito aos 20 minutos de jogo.
Continuei desesperadamente… até que algo de brilhante me varreu a massa cinzenta. Para um ataque que mais parece um livro de banda desenhada, tais os falhanços que nos proporciona à visão, ninguém melhor que Santiago Muñez. Esse mesmo, avançado do Real Madrid, jogador destro que executa excelentemente livres com o pé canhoto. Muñez tem o dom de sempre que entra, a primeira vez que toca na bola marca golo. Para além disso consegue fintar toda a equipa adversária, inclusive ele, com o seu jeito desajeitado. O seu balanceamento de remate e a maneira de correr, consegue ser mais perfeita que a do Angolano Mantorras. Logo aqui estava encontrada a solução!
Para juntar a isto, o Mexicano de descendência e Americano de origem, namora com uma Portuguesa. Pronto, Inglesa de descendência Portuguesa. Aquela mesmo que ele conheceu aquando da sua passagem pelo Newcastle. Parece que o tio-padrinho da garota é de Freixo de Espada à Cinta, que também deve ser a terra de origem do avô dos gémeos do Manchester, Fábio e Rafael.
Mas atenção Sr. Madaíl, é favor ser rápido e despachar-se com o processo do “fenómeno das ruas de Los Angeles”. Andam por aí rumores que o rapaz, na próxima saga do filme Goal vai ser Internacional pela Selecção Mexicana, logo no Mundial.
Por isso há que “antecipar o futuro” porque à semelhança de Muñez, a ida da selecção à África do Sul, cada vez está mais perto de parecer ficção…

João Vasco Nunes

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