sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Juiz de linha

Caso: Em vésperas de jogo decisivo do apuramento para o Mundial, a convocação de Liédson já fez correr muita tinta. Uns contra outros a favor, certo é que a inclusão do Luso-Brasileiro na Selecção à muito que já vinha a ser anunciada, desenrolando um longo processo de debate na nossa opinião pública.

Quid Iuris?

A discussão já vai longa, e pouco já há a fazer por aqueles que se opõe. Amanhã Liedson poderá mesmo estrear-se pela equipa das Quinas. Levando a cabo o terceiro processo de naturalização nos últimos anos.
De um dos lados os Tradicionalistas e Patriotas, do outro os Vanguardistas e Cosmopolitas. Uns defendem que a selecção deveria apelar aos valores, outros que a nossa mente deveria estar aberta a receber a globalização e abolir todas as fronteiras do passado. Do lado nacionalista, há que lembrar os casos de Deco e Pepe, ou seja, se não se fez nada nesses casos, então Liedson terá o mesmo direito que ambos. Mas por outro lado, o Futuristas que se lembrem que o “travão cada vez trava menos”, e se não se restringir ou fabricar legislação, mais dia menos dias, existirão mais casos destes.
Muitos falam dos exemplos Francês e Italiano. Em França uma selecção que apenas um jogador tinha nascido em território gaulês, em Itália uma selecção de Futsal apenas constituída por Italo-Brasileiros. Mas são exemplos desviantes, ou seja, em nada se aplicam ao nosso exemplo (não só de Liedson, mas sim de Pepe, Deco e Liedson).
Em França é um pouco injusto o que se diz, visto todos esses jogadores que se diz serem estrangeiros, terem nascido em território colonizado pela França. Embora isso ainda aconteça hoje em dia, os laços entre Franceses e ex-colónias, são bastante fortes. Brasil também foi uma colónia de Portugal, mas a distância temporal é muito mais longínqua. Veja-se os atletas Nacionais nascidos antes do 25 de Abril em Angola, Moçambique, … Era bastantes natural acolhe-los nos nosso Desporto, visto as Colónias fazerem parte do país, logo eram Portugueses.
Mais recentemente, houve um exemplo disto, e ninguém se pronunciou. Nélson, ex jogador do Benfica, teve que tratar de se naturalizar para representar a Portuguesa. O jogador nasceu em Cabo-verde só depois veio para Portugal. Tratou do processo, foi Internacional e não existiu critica. Talvez por ainda estar bem patente na memória a familiaridade com estes povos coloniais, ao contrário do caso com o Brasil.
Quanto ao futsal Italiano, duvido que algum Italiano tenha um enorme orgulho na sua selecção? Assim como qualquer Português não teria! Eles devem ver aquilo, como negocia pura e simplesmente, mais nada. Certamente ficarão contentes com os seus êxitos, mas não exaltarão, não vibraram, nem irão à loucura, como se fosse uma “selecção Italiana” de Futsal.

Sentença: Esta semana a audiência irá ser interrompida. A sentença será divulgada amanhã! E pela pessoa do senhor doutor Liedson Muniz… E que “resolva” bem o caso, que esta vitória, ora com Brasileiros ora Portugueses, é bem precisa.
Está na hora de abandonar esta discussão. Já foi convocado! O que lá vai, lá vai, e resta-nos apoiar o Liedson Português!
Já não há nada a fazer para quem era contra. Concentremo-nos em reflectir em supostas próximas vezes. Será benéfico continuar com esta política?

João Vasco Nunes

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