O Modelo Português – um método adequado para a capitalização e competitividade no plano societário do futebol português - Parte II
Depois de termos apreendido a necessidade do aumento de competições para os clubes portugueses, em função da necessidade de mais receita destinada ao aumento da competitividade do plantel e dos activos que o compõem, venho agora apresentar-vos o modelo de sociedade que, para mim, constituiria um factor decisivo para a concretização do proposto.
Depois de termos apreendido a necessidade do aumento de competições para os clubes portugueses, em função da necessidade de mais receita destinada ao aumento da competitividade do plantel e dos activos que o compõem, venho agora apresentar-vos o modelo de sociedade que, para mim, constituiria um factor decisivo para a concretização do proposto.
Em primeiro lugar, defendo uma aposta na gestão centralizada das receitas desportivas. Um funcionamento centralista em que os clubes são geridos pela Liga de Futebol Profissional e as respectivas receitas televisivas seriam também, neste campo, alvo de um “imposto” para a Liga que as canalizaria para uma distribuição mais equitativa e obviamente séria para todos os clubes da primeira liga. Também aqui ganhavam os clubes maiores já que os mais pequenos teriam maior capacidade de atrair melhores jogadores e com mais potencial, portanto, de ascenderem a um grande por sua vez. Esta é uma medida possível, justa e que beneficiaria o espectáculo desportivo e a competitividade dos clubes na UEFA. É uma realidade já em expansão noutros países europeus como a Inglaterra, onde já se debate este tema.
A minha principal aposta, e esta sim característica de países pobres e de dimensão diminuta, está num novo modelo de negócio em sociedade. Um modelo de fusões e aquisições para os clubes de menor dimensão em Portugal, um modelo que creio que traria imensas vantagens estratégicas, financeiras e desportivas para os nosso clubes.
A fusão e a reestruturação de sociedades desportivas e clubes, resultando numa maior dimensão dos mesmos, permitiria alavancar os activos e proporcionaria maior margem de manobra financeira e a competitividade que daí advém. Apesar de se revelar uma solução bastante difícil de implementar, já que a rigidez da história e cultura de cada clube seria um obstáculo real (acredito que ninguém imagina e aceitaria uma fusão entre, por exemplo, farense, olhanense e portimonense ou Marítimo e Nacional da Madeira), tenho a certeza que resolveria bastantes problemas a estes 3, neste caso particular. Lá viria a conversa da tradição e da cultura como aconteceu quando entrámos para a CEE ou posteriormente quando aderimos à moeda única, mesmo apesar de todos perceberem que, no caso dos clubes, iriam ser muito mais competitivos assim.
Algumas potencialidades do modelo proposto creio serem as seguintes:
• Maiores recursos para capital de investimento;
• Maior atracção de melhores jogadores e profissionais de futebol;
• Menor peso do endividamento, assegurando uma gestão desportiva com maior margem de manobra e menor sufoco financeiro para as autarquias;
• Maior contenção de custos comerciais em função da própria dimensão;
• Mais flexibilidade no mercado de transferências e na captação de publicidade face à maior visibilidade do clube;
• Maior facilidade no acesso ao crédito bancário;
• Melhores condições para a promoção do futebol em campo e correspondente satisfação do adepto;
• Maior capacidade e competitividade com os clubes de outros campeonatos europeus.
A adopção destas medidas permitiriam actuar sobre os custos, sobre os proveitos desportivos, sobre as receitas publicitárias, sobre o espectáculo, as condições para o adepto e na maior “independência” face aos clubes grandes como se tem visto, ultimamente, com os clubes mais pequenos.
Jorge Manuel Honório
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