sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Futebol de Gabinete


“The ugly truth”


Na rubrica desta semana pretende-se transparecer, aos leitores, a realidade económica do futebol em diferentes países do mundo, principalmente aqueles a que assistimos com maior entusiasmo e dos quais alguns são os nossos preferidos, verdadeiramente.

O artigo estará dividido em 3 pontos que considero fundamentais para perceber a realidade financeira mais susceptível de influenciar, no curto prazo, a capacidade de desenvolvimento do plantel de futebol e a margem disponível para o tão chamado “mercado de inverno”. Os 3 pontos estão relacionados com as receitas operacionais dos clubes (Publicidade+patrocínios+direitos televisivos+quotizações+receitas de bilheteira+cativos+etc), aquilo a que chamei de “probabilidade de incumprimento”, em que relacionei as dívidas a pagar em menos de 1 ano (que obviamente prejudicam o dinheiro em posse do clube, já que tem que pagar de imediato) com o total da dívida/passivo e, por fim, um rácio de esforço salarial, baseado na percentagem de receita que é apenas destinada aos custos fixos/salários do pessoal. Nota para o facto destes valores disponíveis dizerem respeito à época transacta e não ao ano actual.

Começando então a nossa análise e dando uma olhadela no primeiro gráfico, indispensável a percebermos o dinheiro que recebem os clubes aí enunciados, constatamos enormes surpresas: desde logo, o facto do clube com maior receita ser o Newcastle (que, curiosamente, acabou por descer de divisão), o que nos dá a certeza da eficácia do modelo de gestão da Liga Inglesa, o PSV da Holanda na 2ª posição pelo facto da liga Holandesa ser menos competitiva que a liga portuguesa, a receita da Juventus ser praticamente a mesma que a do Nápoles e um lutar pelo título italiano e o outro não e, talvez aquele mais “chocante” para o português: o nivelamento da receita de um clube como o Racing de Santander, que luta pela não descida em Espanha, com a receita dos 3 grandes em Portugal. Há quem conclua, com legitimidade, que, na verdade, os 3 grandes de Portugal lutariam pela manutenção no campeonato espanhol. Eu prefiro antes acreditar que essa receita será mais proveniente de publicidade e direitos de transmissão, que de receitas de bilheteira. Deixa, todavia, muito que pensar…













O segundo ponto, comparando os 3 grandes em Portugal, serve-nos para nos elucidar acerca do clube português com a tesouraria mais “apertada” no final do ano passado. O que procuro aqui relacionar é o peso das dívidas correntes no total das dívidas correntes e permanentes, onde se obtém a % de “aperto na tesouraria” e pelo qual se entende a restante % como o dinheiro liberto para “gastar”. Verificamos, por exemplo, que o clube mais folgado para poder gastar em transferências era o Sporting (mais de 60% de fundos libertos). O clube com menos fluxos de caixa era o Porto. (mais de 20% libertos). As restantes conclusões ficam a vosso cargo…












O último ponto que decidi abordar está relacionado com a verba da receita que é canalizada para o pagamento a staff, jogadores e pessoal do clube. Neste campo, verificamos que o FCP é aquele que mais se “dedica” a remunerar o seu pessoal, provavelmente devido à participação na “Champions” e aos avultados salários de jogadores que, consequentemente ou não, acabaram por ser vendidos. O Sporting foi o clube que menos receita usou para incentivar o seu pessoal. Fazendo uma previsão do ano actual, creio que, veremos o gráfico do Benfica aumentar (mas não muito, crença minha porque a receita vai aumentar bastante também) e que, no caso do FCP, a taxa vai baixar. O Sporting deverá aumentar também já que a receita deverá cair, alavancando o peso dos salários, a não ser que eles sejam “cortados”. Duvido.












Jorge Manuel Honório


3 comentários:

Fábio Ferreira disse...

O Newcastle é ENORME!!! Metam isso na cabeça! Clube inglês onde a paixão do futebol é maior também, basta investigar isso também. Somos grandes e para o ano estamos no lugar de onde nunca devíamos ter saído, a Premiership!

Go TOON ARMY!

Anónimo disse...

Mas isto é um blog de futebol ou de economia???Já agora eu sou técnico de contas e não percebi nada da tua explicação.Será que percebes do assunto??É que o que explicas não bate com os graficos.


Contabilista da Coop do Cartaxo

Jorge Manuel Honório disse...

E esse contabilista tem nome? É que se quiseres eu ensino-te pessoalmente, já que és do Cartaxo.

Eu trabalho em análise financeira e é o meu 2º emprego nesta área, mas se tens dúvidas eu explico-te. Ainda esta semana na 5a feira tive a virar um contabilista do avesso