sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Futebol de Gabinete


José Maria Pedroto – A memória a um retrato quase esquecido (Parte I)

Hoje terei a honra de prestar a minha homenagem, e em nome do Livre Directo, a uma das mais ilustres figuras do futebol português e do respectivo contributo dado para o avanço nesta área. José Maria Pedroto. Na medida em que não me atrevo a fazer resumos da sua carreira e já visto, anteriormente, que procuro resumir ao máximo os meus textos para que não seja maçador para o leitor e porque este nem sempre tem tempo para se dedicar à «leitura cibernauta», optei por dividir esta homenagem em duas partes. A primeira irá focar-se nalguns aspectos gerais e na carreira como futebolista desta personagem, restando à segunda parte informar sobre o projecto de Pedroto como treinador e o final feliz da história deste treinador.

Não deixa de ser espantoso que uma personalidade como esta tenha caído no esquecimento pelos grandes intervenientes e dirigentes de ligas e federações do futebol português. Se não fossem os jornais e os media (ao menos esses e nem sempre) provavelmente teria passado despercebido a toda a gente, incluindo o «pessoal da bola». Tem sido habitual. Recordo-me, por exemplo, da morte do John Dunning o ano passado e que apenas o Público fez referência através de uma coluna de opinião por um professor da respectiva área.

José Maria Pedroto foi uma figura consensual da sociedade do futebol, o melhor treinador português de todos os tempos. Dele contam-se mais de 500 histórias daquela época. Os grandes intelectuais do futebol classificam-no como uma pessoa intuitiva, frontal, estudiosa e, essencialmente, visionária. Nunca usava roupa nova no dia dos jogos e sonhava constantemente com “copos de whisky e o fumo do tabaco”. Diz-se que o treinador passava a vida de fato de treino, mesmo quando treinava o seu clube do coração e que o trouxe à mais alta ribalta da sua carreira: o Futebol Clube do Porto.

Actualmente, para muitos portistas, Pinto da Costa era o decisor operacional e Pedroto o ideólogo, titular da sublevação que nos anos 80 começou a derrubar a tão falada ditadura dos resultados imposta por Benfica e Sporting. Libertou o FCP dos complexos de inferioridade e desenvolveu a máquina do sucesso interno, projectando o clube, ao mesmo tempo, para o projecto europeu. Para Fernando Vaz, seu antigo treinador no Belenenses, Pedroto foi a figura mais fascinante que conheceu entre os homens do futebol.

A proximidade do treinador a Matosinhos fez com que jogasse nos juniores do Leixões, clube onde recebeu a sua verdadeira lição de vida quando, num jogo disputado no estádio do Bessa, Pedroto fintou todos os adversários que lhe apareceram, incluindo o guarda-redes e, antes de marcar o golo, colocou a bola em cima da linha de baliza. Neste momento, acabara de puxar os calções e ajeitar o cabelo e só depois é que rematou a bola para golo. Saiu de campo em ombros pelos colegas e aplaudido pela bancada mas, já no balneário, encontrou um treinador verdadeiramente mal disposto e levou «a reprimenda». Chorou para nunca mais esquecer.

Posteriormente, a jogar no Lusitano de Vila Real de Santo António, despertou o interesse de vários clubes, acabando por rumar ao Belenenses por 25 contos. Passado nem um mês, para manter a sua própria palavra e compromisso com o clube, recusou um cheque de 80 contos para rumar ao FCP, transferência que se viria a consumar no ano seguinte, realizando a primeira mudança para o clube da invicta.

Pedroto teria o seu primeiro contacto com o FCP que, na altura, ainda não era liderado por Pinto da Costa. Desconhecia o próprio, com grande probabilidade, que seria este primeiro contacto apenas o princípio de uma etapa longa e de reviravolta no espírito e mentalidade portista.

Jorge Manuel Honório

4 comentários:

Anónimo disse...

O Pedroto uma figura consensual ,tas bebedo ou quê?Foi com Pedroto e ta escrito em vários artigos de vários jornais que o Porto começou a subornar os arbitros.O Pedroto era para ir para o Sporting mas disse que teria ter uma verba para arbitros e eles nao aceitaram ido para o Boavista.Fala do que sabes e não do que nao pescas nada.

Primo do Pedroto

Anónimo disse...

Dedica-te como diz ai pessoal que te conhece a coçar os a eles.

Jorge Manuel Honório disse...

Quando tiveres nome e morada agente conversa

Anónimo disse...

João Devesa

Jorge Manuel quer bater na pessoa que escreveu isso de si?Apesar de ter uma linguagem bronca ele colocou o dedo na ferida.O José Maria Pedroto ficou também conhecido pelo início das ajudas monetárias a arbitros para favorecerem o FCP.Este blog tem qualidade mas esse seu comentário deixou muito a desejar.A Querer bater numa pessoa que não tem a mesma opinião de si é baixo nível