sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Calabote: a verdade da mentira? – II


Prosseguindo a análise ao Caso Calabote e descritos os acontecimentos da última jornada desse campeonato, abordemos agora as notícias publicadas nos jornais dos dias seguintes e algumas opiniões de jornalistas e adeptos à data, numa tentativa que, obviamente com limitações qualitativas, procurará repor a verdade (ou não) do desfecho do caso.

Sendo certo que, naquela altura, as perdas de tempo em campo não previam sanção desportiva, disciplinar ou pecuniária, era usual muitas equipas (nomeadamente as de menor dimensão) provocarem demoras na reposição da bola em campo ou nos lançamentos livres. Esta é uma situação que, certamente, dificultava a gestão do jogo por parte do árbitro e o seu sancionamento destas situações, bastante frequentes.

Os principais jornais, à época, destacaram diferentes pontos de vista.

Alfredo Farinha do jornal “A Bola” referiu que, durante o jogo do Benfica, a constante demora nos pontapés de baliza, na marcação dos livres directos, nos lançamentos de linha lateral e nas simulações de lesão tiveram uma razão de ser: a CUF não jogou apenas para si própria mas também para outro clube que jogava à mesma hora, já que tais atitudes não se justificavam estando a perder por imensos golos. Relativamente à actuação do árbitro, Farinha defendeu que Calabote teve toda a legitimidade em aplicar o polémico tempo de descontos.

Guilhermino Rodrigues do jornal “O Mundo Desportivo” foi, ainda, muito além desta análise. Considerou, até, o tempo de compensação muito diminuto face à situação que se verificou no jogo e ao constante anti-jogo por parte da CUF, mesmo perdendo por mais de 6.

Já o jornal “Record”, o tal que todos dizem ser sportinguista, afirmou que os 4 minutos de desconto dados por Calabote foram correctos em detrimento do que já tinham afirmado os outros jornais da concorrência. Dos tão falados penaltis duvidosos no jogo da Luz, o “Record” defendeu que, dos 3, apenas 1 foi duvidoso, apesar de por critérios técnicos (em vez de pénalti deveria ter sido marcado livre indirecto dentro da área), ou seja, a falta dentro da área existiu mesmo por parte do adversário e, portanto, o árbitro não inventou falta ou contacto nenhum…ele existiu.

Alguns adeptos que assistiram às peripécias desse tempo referem que o Benfica não foi em nada beneficiado com a arbitragem de Calabote, argumentando, mesmo, que este até teria tido a possibilidade de ter dado o campeonato ao Benfica já que o último golo foi aos 80 minutos de jogo e o Benfica dispunha ainda de mais 14 minutos para fazer o derradeiro golo. Mais ainda, no final do jogo Benfica – CUF, o treinador da CUF citou a seguinte afirmação: “O resultado justifica-se, mas o árbitro foi demasiado longe na marcação das grandes penalidades. Não achei justo que assim sucedesse. Pena foi que não adoptasse agora no final o mesmo critério, não assinalando um autêntico “penalty” quando Durand (CUF) derrubou Cavém (Benfica). Era quanto a mim mais razoável”.

Além do mais, a concentração das atenções no jogo da Luz permitiram «esvaziar» os acontecimentos do jogo em Torres Vedras. Segundo consta, o Torreense sofreu o primeiro golo enquanto estava um jogador fora de campo a ser assistido. Aos 20 minutos de jogo, foi expulso o primeiro jogador do Torreense, sendo um segundo jogador igualmente expulso logo a seguir ao 0-2 para o FCP, apenas por ter pontapeado a bola para longe aquando desse mesmo golo. Parece-me, portanto, que os casos não sucederam apenas no Benfica-CUF.

Para que a nossa opinião possa ser mais consistente, e pegando em factos enunciados por alguns blogues de adeptos do futebol, refiram-se outros 2 árbitros que acabaram, assim como Calabote, por ser irradiados da sua actividade desportiva:

Reinaldo Silva: Irradiado em Fev-1963. Numa disputa de bola a uma distância razoável da grande área, o avançado Torres do Benfica cai e, para espanto de todos, o árbitro marca penalti contra o FCP. O Benfica acabou por ganhar 2-1, passando a liderar o campeonato e acabando por ser campeão. Segundo se disse posteriormente, ao ábritro da partida viria a ser oferecido um automóvel pelo presidente do Benfica, o Sr. Nascimento Cordeiro.

Porfírio Silva: Na 2ª época de Pedroto no FCP, num jogo Benfica-Porto, o árbitro favorece o Benfica com um penalti duvidoso por mão pretensa na área e, posteriomente, o FCP empata mas o golo é anulado, apesar de ter sido marcado com o peito em cima da linha de golo.

Estes são os factos que alimentam a tão famosa e antiga lenda Calabote. Como sempre acontece nestes casos, muito se escreveu, muito se debateu, pouco se esclareceu. Foi publicado, no passado dia 7 de Fevereiro, um livro baseado numa pesquisa pessoal de um jornalista de 24 anos, onde o leitor poderá encontrar mais informação acerca do caso.

Nota: a partir de hoje a rubrica Futebol de Gabinete vai passar a ser quinzenal em função de uma necessidade pessoal de ajustamento temporal para a realização de outros projectos do “forno” académico. :) Caso os leitores queiram colocar alguns temas que gostariam de ver aqui abordados na rubrica, indiquem-mo para o e-mail jmhonorio32@gmail.com.

Jorge Manuel Honório

2 comentários:

Anónimo disse...

Oh homem!
O Nascimento Cordeiro era o Presidente do FC Porto!
O ofertante do automóvel e presidente do SLB respondia ao nome de Mauricio Vieira de Brito um multimilionárioque era o principal produtor individual de café em Angola.

Anónimo disse...

Jorginho vais-te dedicar ao teu sonho?Apanhar sabonetes de cu para o ar?Ai seu paneleiro de merda.Se és um paneleiro de categoria nao sei nem quero saber mas de futebol nao percebes nada.Em vez de ser quinzenal esta rubrica devia acabar.Ta a dar cabo do blog