quinta-feira, 25 de março de 2010
«Antes dos jogos recebia injecções para as dores»
Explosivo. Izmailov concedeu uma entrevista ao jornal russo Sport Express, à qual A BOLA teve acesso, e esclareceu a sua posição sobre a catadupa de situações que veio a público desde quinta-feira.
Procurando colocar pontos nos iis em relação a todas as dúvidas que a sua atitude e posteriores esclarecimentos de elementos do Sporting deixaram no ar, o médio russo revela aquilo que entende ser «toda a verdade» sobre o caso. Desde o porquê de não ter jogado frente ao Atl. Madrid às faltas a um treino e a duas sessões de tratamento na Academia. Ao mesmo tempo, defende-se das críticas tecidas por Costinha sobre a sua conduta profissional, acusando, até, o director leonino de não ter tido sensibilidade para resolver o assunto dentro de portas, tratando-o, ao invés, na praça pública.
O jogador deixa ainda crítica implícita à estrutura do futebol leonino, que acusa de ter esquecido todos os sacrifícios anteriores em prol da equipa. E os sacrifícios mais recentes, conclui-se pelas suas palavras, podem reconduzi-lo à mesa de operações.
O russo afirma ainda com toda a clareza que jogou várias vezes sob efeito de analgésicos para acalmar as dores no joelho direito. Mas entendeu dizer basta após o jogo com o V. Guimarães.
JOELHO VOLTOU A DOER
Na entrevista hoje publicada no diário moscovita, Izmailov desvaloriza toda a situação, justificando porque veio a público falar dela. «O que aconteceu não foi nada de especial, acontece em qualquer clube, foi situação profissional. A diferença é que foi tornada pública quando devia ter sido tratada dentro da equipa. Não gosto de estar a falar de assuntos internos, faço-o porque se referem a mim», explica, para de seguida historiar os problemas que o levaram, como se conclui pelo seu relato, a recusar jogar frente ao Atl. Madrid.
«O ano passado [21 de Julho de 2009] fui operado ao joelho e depois o clube tentou acelerar o processo de reabilitação para voltar a jogar. Quis jogar muito e os treinadores também contavam comigo, por isso foi necessário acelerar o processo. Quando voltei a jogar, joguei praticamente em todos os jogos e o joelho começou a doer», conta o russo, que foi operado pelo médico Ludwig Seebauer, em Munique.
OPERAÇÃO É HIPÓTESE
Izmailov voltou à Alemanha com a recuperação já em curso, ainda em Novembro de 2009, para consultar o mesmo médico, que acompanhou todo o processo, com a anuência e conhecimento do departamento médico leonino, com o qual estava articulado, e sempre acompanhado por Gomes Pereira. Nessa altura, como de resto já admitiu o médico dos leões, o processo de recuperação não estava a ser totalmente bem sucedido.
Ludwig Seebauer continuou a acompanhar o russo. E, garante Izmailov, o médico alemão foi explícito sobre a sua situação. «Disse que se tivesse dores tinha de fazer um intervalo, parar um pouco. E se as dores não parassem até final da época teria de ser operado de novo.»
QUERER... E NÃO PODER
Izmailov, depois de sete meses afastado, faz o regresso oficial aos relvados a 3 de Dezembro de 2009, com o Heerenveen. Começaria então o processo de reintegração progressiva em competição. Volvidos estes meses, Izmailov confessa: «Antes de todos os jogos desta época recebia injecções analgésicas para acalmar as dores.» Mas, a partir de determinado ponto, Izmailov sentiu que as injecções já não surtiam o efeito desejado. «Chegou a uma altura que já não ajudavam, as dores eram insuportáveis», revela.
Depois da vitória sobre o V. Guimarães, as dores subsistiam. O russo decidiu que era hora de parar de sofrer dentro de campo. «Após o jogo com o V. Guimarães não participei no treino de recuperação antes do jogo com o Atl. Madrid. Os médicos pediram-me para participar no treino, mas só fiz o aquecimento e depois saí porque sentia dores fortes», contou, prosseguindo: «Os médicos esperavam que pudesse participar no jogo com o Atl. Madrid, também queria muito jogar, são jogos raros numa carreira, foi por jogos destes que quis deixar o futebol russo.»
Mas querer não é poder. E Izmailov garante que não tinha condições para ir para dentro de campo. «Na manhã do jogo fiz um teste ao joelho e senti que nada melhorou. Disse-o ao treinador e aos médicos. Depois fui chamado por Costinha, que disse que eu devia jogar. Respondi que quando um jogador participa num jogo sem poder ajudar a cem por cento os colegas isso é mau para a equipa», assegura.
Costinha não foi sensível à posição do russo: «Disse-me para recolher as minhas coisas, deixar a Academia e ir para casa.» Assume que jogou várias vezes sob efeito de analgésicos Admite que pode voltar à mesa de operações A BOLA revela todas as justificações do russo para a polémica dos últimos dias.
Fonte: a Bola
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