segunda-feira, 29 de março de 2010

Canto Curto

Incrível regresso

Esta jornada de futebol ficou marcada pela vitória do Benfica frente ao Braga, num jogo que pode ter sido decisivo para o desfecho da liga. Mas não só os encarnados dominaram as atenções do fim-de-semana futebolístico, o regresso de Hulk à competição depois de revogado o seu castigo também mereceu nota de destaque.
O jogo em Belém foi marcado pelo regresso incrível de Hulk, ou então pelo regresso do incrível Hulk, como quiserem. O que é certo é que se tratou do regresso do admirável Hulk novo. Até pode ter sido só pela suposta "fome de bola" como disseram muitos, ou então para mostrar aos responsáveis do futebol português o quão injustiçado se sentia o avançado brasileiro, mas o que é certo é que o Hulk que pisou ontem o relvado do Restelo era um jogador diferente, um novo jogador.
Hulk esteve muito bem, trabalhou para a equipa (até que enfim que compreendeu que a sua equipa joga com mais dez para além dele), desequilibrou com as suas acelerações e percebeu quando deve soltar a bola aos seus companheiros (resultado disso foram duas assistências). Estas palavras nem são somente minhas, aliás foi praticamente isto que Jesualdo frisou no final do jogo.
Ora se o próprio Jesualdo o diz quem somo nós para contrariar. Uma coisa é certa, Hulk era no passado um jogador individualista em excesso, arrastava 4/5 jogadores consigo e depois não sabia soltar a bola no timing certo, não tirando o Porto partido das consequentes superioridades numéricas caso o incrível soltasse a bola.
Em suma, Hulk era um jogador que gostava de "ir contra o muro", ou seja, individualista q.b. sem perceber as necessidades da sua equipa, e para além disso marcava um grande golo de dez em dez jornadas. E para Jesualdo ter dito o que disse é porque algo mudou, e se algo mudou é porque Jesualdo sabia destas "fraquezas" do jogador, caso contrário não tinha frisado a mudança de atitude de Hulk e a sua contribuição para o colectivo.
Se Hulk não voltar ao passado pode vir a ser muito mais completo, muito mais regular e incisivo, tornando-se muito mais perigoso do que aquilo que já é. Que as estatísticas valem pouco, valem! Mas por alguma coisa as estatísticas mostram que o Porto criava mais sem Hulk em campo, apesar de este poder vir a resolver em qualquer partida.
A exibição de ontem do "homem verde" veio ainda levantar mais suspeitas sobre onde poderia chegar o Porto sem a suspensão de Hulk. Mas mais importante que isso, no meu ponto de vista, é o facto do Porto ter ganho um jogador novo, um jogador que ganhou carácter durante o período de castigo. Sem esta "pausa" de Hulk o Porto teria mais ponto menos ponto, daí a falsa questão de um caso que apesar de tudo é de lamentar.
Sendo de lamentar não posso deixar de dizer que há males que vêm por bem, pois talvez esta suspensão tenha feito Hulk repensar o seu modo de jogar e principalmente de agir.
Assim como acho que o brasileiro se transformou na forma de jogar, também aposto que nunca mais irá "esbarrar" dentro de um túnel, independentemente se foi provocado ou não. Os super-heróis são incríveis, e Hulk também o é, logo os super-heróis não podem ter atitudes como as que vimos, para não dar maus exemplos às criancinhas que seguem o seu herói. Há males que vêm por bem!

João Vasco Nunes

1 comentário:

MarBurG disse...

Gosto mais de climas de suspeição... Do tipo pq é que o CJ da FPF apesar de haver vários membros contra a redução do castigo votaram sim...