segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Canto Curto

Maus vícios

Semanas atrás saudei e falei nesta rubrica sobre um árbitro que aplicou uma das leis do jogo que praticamente ninguém usa. Hoje, e após este fim-de-semana ver uma situação que há muito tempo me deixa "aborrecido e transtornado", venho escrever sobre algumas coisas que alteraria nas regras do futebol. Claro que isto é um mero exercício hipotético!
Falando do tal lance que detesto ver em qualquer campo de futebol, no Sábado o Benfica jogou em Setúbal. A dada altura, o médio espanhol Javi Garcia foi carregado à margem das leis, ou seja em falta. Aquando da sua queda, depois da falta do jogador do Setúbal, Javi "apressou-se" em agarrar a bola com as mãos enquanto se "despenhava" no relvado. Esta situação trouxe-me á memória um excelente jogador que passou pelo Porto, de seu nome Diego, e que fazia isto constantemente, todos os jogos (pelo menos os que jogava) e bem mais de dez vezes por jogo. Tanto o brasileiro como o espanhol são "actores" de uma cena que para mim é do pior que pode existir no que toca a falar de anti-jogo. Digo que são das piores cenas de anti-jogo, porque são as que passam impunes mais vezes e nem sequer há lei para punir isto. Fica assim entregue ao bom senso dos árbitros decidir nestes casos. E são raros os árbitros que têm esse bom senso. Mas atenção que já vi "corajosos" punir tal situação.
Isto irrita-me de tal forma, que passo a explicar: um jogador que faz isto ao cair no chão, faz com que o árbitro apite obrigatoriamente, ou para apitar a suposta falta cometida ou então a mão do jogador que agarra a bola. Mas como toda a gente sabe, também pela falta de regulamento neste aspecto, e no "calor" da decisão é natural que os árbitros tenham uma "tendência forçada" a assinalar a primeira falta, que até pode nem ter existido. E a tendência a apitar é "forçada" pelos próprios jogadores que agarram a bola ao cair.
Para além disto, o jogador ao pôr em pratica tal acto, faz com que a sua própria equipa não aproveite a "lei da vantagem", que daí pode vir a ser tirada. Trocando isto por miúdos, estes "artistas" obrigam o jogo a parar mais vezes, o que por si quebra o ritmo de jogo, faz com que haja mais paragens, ou seja torna tudo pior. Isto tudo apenas para ter a certeza que se ganha uma falta. Tudo bem, que fazem o papel deles e o que é melhor para a sua equipa. Mas desculpem que o diga, tudo isto me irrita e tudo isto é puro anti-jogo, mas com uma particularidade... este tipo de anti-jogo passa inculme à anos.
Eu se fosse árbitro, e compreendo a difícil posição dos homens do apito, se tivesse na duvida da falta puniria antes o jogador que em queda agarrou a bola com a mão. Se a falta fosse clara mostraria amarelo a quem agarrou a bola, apesar da falta. Aliás comigo de "apito na boca" os jogadores só o fariam uma vez... porque à segunda vez iam para a rua, porque seriam amarelados logo à primeira!
Estes dois jogadores que falei não são os únicos a fazer isto, como é lógico. Mas tiveram o azar de serem os dois que me vieram à memória e como tal serviram de termo de comparação.
Assim o nosso futebol nunca chegará ao topo. Falamos tanto dos melhores campeonatos, mas assim é difícil lá chegar. Somos assíduos nestas situações de anti-jogo. Preferimos defender a atacar. Ainda este fim-de-semana me sentei a ver um jogo do campeonato Inglês. Por acaso até ficou zero a zero, mas a qualidade, a velocidade do jogo e tudo o resto não têm nenhum ponto em comum com a nossa Liga. Só para que conste, comecei a ver o jogo por volta dos 30 minutos de jogo e só ouvi o árbitro apitar quando foi para os jogadores recolherem ao intervalo...

João Vasco Nunes

2 comentários:

Anónimo disse...

"sequer à lei para punir isto"? não será com "h" de haver? ...

Anónimo disse...

"inculme" existe?.... não será "Incólume"?